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Notícias do dia 13 de Agosto 2001

Dentro da própria sede do Banco:
Mataram o PCA interino do Banco Austral

Na tarde de sábado 11 de Agosto foi encontrado nas escadas da sede do Banco Austral, na Avenida 25 de Setembro em Maputo, o corpo do Presidente do Conselho de Administração do Banco Austral, António Siba-Siba Macuácua. O corpo parece ter caído, pelo vão das escadas, do 14º andar. À hora do acontecimento encontravam-se dentro do edifício numerosos funcionários, além da própria segurança do Banco. O PCA estava no banco para preparar o relatório que iria entregar hoje aos novos proprietários, o banco sul-africano ABSA.

Siba-Siba, que é Director de Supervisão Bancária no Banco de Moçambique, foi nomeado Presidente provisório do Conselho de Administração do Banco Austral a 4 de Abril, depois da retirada dos sócios malaios, com a tarefa de regular a grave situação financeira em que se encontrava o Banco, que fechou o ano de 2000 com um resultado negativo de quase 1,4 mil milhões de contos. Uma das principais causas dessa situação difícil é o elevado nível de crédito mal parado. Siba-Siba já tinha definido como uma das acções prioritárias da nova Administração a recuperação do crédito mal parado e vinha afirmando que o Banco iria até às últimas consequências para reaver o seu dinheiro, mesmo que isto implicasse levar ao tribunal os devedores.

A maior parte desse dinheiro é devida por um pequeno grupo de pessoas com grande influência e posses, cujos nomes nunca foram revelados oficialmente. No entanto, num artigo no jornal metical de 11 de Junho passado, o jornalista Joe Hanlon, baseando-se num relatório confidencial da empresa de consultaria KPMG, revela, pela primeira vez, a identidade de alguns dos grandes devedores. Entre os mega-devedores estão o actual ministro de Turismo, Francisco Sumbana jr. e outras figuras séniores do Governo e da Frelimo, figuras importantes da oposição, "um filho do Presidente Chissano" e "o editor de um jornal de Maputo". Os nomes de alguns dos "pequenos" devedores constam de uma lista publicada no jornal Notícias no dia 20 de Junho, num anúncio de três páginas inteiras, que pede que entrem em contaco com o Banco para resolverem "assuntos do seu interesse". Até o dia 1 de Julho o Banco teria recuperado 60 milhões de contos.

A polícia afirma que está a investigar o acontecido e que para o efeito conta com o apoio de uma equipa da polícia sul-africana. Ainda não quis confirmar se de facto se trata de um assassinato. (RM, 11/08/01, Domingo 12/08/01)

Leia também as notícias de:
8 de Agosto: ABSA ganha concurso da reprivatização do Banco Austral
11 de Junho: Publicados nomes de alguns devedores ao Banco Austral
9 de Junho: Banco Austral: Resultado negativo de 1 400 milhões de contos
4 de Abril: Banco Austral: Governo rompe contrato com sócios malaios
 

CFM-Sul vai buscar fura-greves em Xai-Xai, Beira e Inhambane
Terceiros estão a ser sufocados pela greve

A Companhia Industrial da Matola vai suspender a partir de hoje a moagem de milho para a produção de farinha, em consequência da ruptura de "stocks" do cereal devido à greve que os trabalhadores do CFM-Sul observam há uma semana. A moageira daquela companhia processa diariamente 160 toneladas de milho que é maioritariamente importado da África do Sul por via ferroviária. Outras empresas revelaram, na semana passada, que poderão suspender as suas actividades se a greve do sector ferro-portuário persistir.

Entretanto, um comboio proveniente da África do Sul, carregado de carvão destinado à Terminal de Carvão de Matola, descarrilou ontem de madrugada na Matola Gare, província de Maputo. A composição de 14 vagões era dirigida por um maquinista sul-africano que terá excedido a velocidade. Habitualmente, quando os maquinistas daquele país entram em território moçambicano são assistidos por um técnico nacional, o que não aconteceu porque estes estão em greve. Este descarrilamento segue a dois outros que aconteceram na sexta-feira passada à entrada da cidade de Maputo. A administração dos CFM atribui os indidentes aos grevistas, mas estes refutam as acusações e dizem que os descarrilamentos se devem ao facto de os comboios serem pilotados por maquinistas inexperientes que desconhecem as linhas.

Os trabalhadores em greve acusam a direcção da CFM-Sul de estar a usar trabalhadores de outros lugares como "fura-greves". A equipe de reportagem da TVM foi ao Hotel Tamariz onde, de facto, encontrou um grupo de maquinistas de Xai-Xai e da Beira, hospedados a custos da empresa e que terão sido prometidos vencimentos à volta de 25 milhões de meticais. O jornal Domingo, por sua vez, afirma que a direcção foi buscar instruendos da Escola Ferroviária de Inhambane para colocá-los nos comboios do Sul. (TVM 11, Domingo e RM 12/08/01)

Leia também a notícia de sábado
Comboio descarrila à entrada de Maputo
 

Ontem em Edmonton:
Mutola voltou a "bater" Graf e tornou-se campeã do mundo

Mutola quando conquistou o ouro olímpico em Sidney em 2000

A corredora moçambicana, Maria de Lurdes Mutola, actual campeã olímpica dos 800 metros, arrecadou ontem em Edmonton, Canadá, mais um título mundial da categoria, ao derrotar na final a austríaca Stephanie Graf. Mutola fez o percurso em 1.57,17 minuto contra 1.57,20 minuto da austríaca que perde pela segunda vez numa final diante da "menina de ouro". A prova foi muito táctica e renhida, sendo que à metade do percuso Mutola encontrava-se em terceiro lugar, arrancando para o ouro nos últimos 50 metros.

Este é o segundo título mundial de Mutola, na especialidade dos 800 metros, que conquistou o primeiro em 1993 em Estutgarda, Alemanha. A atleta, que reside nos Estados Unidos da América, teve a sua primeira aparição mundial a 24 de Setembro de 1988 na 24ª edição dos Jogos Olímpicos, em Seul, Coreia. Mutola já ganhou vários títulos e "meetings" internacionais e é actual detentora da melhor marca do ano da categoria. (Notícias, RTP-África, 13/08/01)

Leia também as notícias de
23 de Julho: Mutola estabelece melhor marca do ano
26 de Setembro 2000: Lurdes Mutola trouxe ouro para Moçambique
 

Notícias de sábado passado (11 de Agosto):

Greve nos CFM-Sul: Comboio descarrila à entrada de Maputo
No Norte do país: Fim da crise do combustível à vista
Dhlakama termina visita ao centro do país


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