Moçambique on-line

mediaFAX de 16 de Dezembro 2002


Caso Carlos Cardoso:
As testemunhas da defesa
Teodoro Waty e os ex-procuradores Manuel Duarte, Júlio Muthisse e Rui Seuane, constam entre os arrolados

(Maputo) A defesa dos réus do caso do assassinato do jornalista Carlos Cardoso vai começar a apresentar as suas testemunhas a partir da próxima quarta-feira, numa altura em que o julgamento parece estar a entrar na sua fase crucial. Hoje e amanhã, o Ministério Público e a acusação particular deverão apresentar as suas últimas testemunhas. O mediaFAX apurou que a defesa arrolou como testemunha, entre outros, Teodoro Waty, na sua qualidade de Presidente do Conselho de Administração do Casino do Hotel Polana. Crê-se então que o testemunho de Waty deverá incidir sobre as transacções efectuadas por Nini Satar com o Casino, na pessoa de Gery Roup, antigo responsável desta casa de jogos de azar agora ausente de Moçambique.

Recorde-se que Nini Satar tem estado a argumentar que a sua detenção deveu-se fundamentalmente a alegadas divergências com Roup à volta da cobrança de dívidas contraídas pelo Casino junto a si.
O mediaFAX apurou que, para preparar o seu depoimento em Tribunal, Teodoro Waty acaba de receber da direcção do Casino documentação sobre as transacções efectudas por Nini Satar, as quais ascendem a 60 milhões de contos. Ainda em representação do Casino do Polana, a defesa poderá apresentar como testemunha a pessoa de Phillip Nevitt, director financeiro da empresa na altura em que os negócios foram feitos.

Os antigos procuradores Manuel Duarte (ex-PGR adjunto), Júlio Muthisse (ex-Procurador da Cidade) e Rui Seuane, também deverão comparecer esta semana no julgamento para testemunharem a favor dos réus, ou seja, prestando depoimentos no sentido da sua defesa. Crê-se que o arrolamento dos procuradores tem em vista um objectivo: mostrar que os réus acusados de autoria moral foram colaborativos no processo da fraude ao BCM, dando, portanto, a ideia de que eles sempre colaboraram com a justiça. Os três procuradores estão a ser alvo, no entanto, de um processo crime justamente relacionado com a fraude ao BCM. O processo surgiu na esteira de um inquérito levado a cabo pelo Tribunal Supremo à actuação dos magistrados do Ministério Público no caso da fraude, tendo o mesmo constatado vários níveis de irresponsabilidade dos mesmos e de outros procuradores.

Também deverão comparecer como testemunhas de defesa alguns guardas ao serviço da Unicâmbios e uma secretária desta empresa. Dois cidadãos de nomes Riaz e Firoz foram igualmente arrolados, crendo-se que o seu papel será o de afirmarem que estiveram com Nini Satar, na noite de 22 de Novembro de 2002, num jantar no restaurante Piri Piri.
(da redacção)

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