NoTMoC: Notícias de Moçambique
Edição on-line


NoTMoC
Informar (sobre) Moçambique

Ano 02 - Edição 35 - 18 de Setembro de 2000
 


AGRICULTURA E PESCAS


 
Fome à vista em Memba

A segurança alimentar na localidade de Geba, no distrito de Memba, na qual se registou recentemente um incêndio, está comprometida, sendo necessárias pelo menos 100 toneladas de produtos básicos diversos, para assegurar a sobrevivência nos próximos seis meses das cerca de mil pessoas afectadas. O incêndio destruiu cerca de 200 habitações, 21 barracas e praticamente toda a comida que os camponeses tinham aprovisionado para o período de escassez que se avizinha.

Até à próxima campanha agrícola os afectados vão depender de auxílio alimentar, pelo que para angariação e gestão de apoios, foi criada pelo Governo provincial de Nampula uma comissão intersectorial que acompanha a evolução da situação. O Departamento de Gestão das Calamidades em Nampula já enviou para o local mandioca seca, mantas, lonas, material plástico, para além de disponibilizar camiões para facilitar o transporte de estacas para reconstrução das habitações destruídas pelo fogo. (Notícias, 09/09/00)
 


Feijão "boer" de Nampula para a Índia

Em Nampula trabalha-se no sentido de retomar, em 2001, a exportação de feijão "boer" para o mercado indiano, interrompida devido a dificuldades de obtenção de sementes deste produto. O director provincial de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Vitorino Xavier, disse que a província foi mal sucedida nos seus esforços de aquisição de semente, tanto em qualidade como em quantidade, para garantir a produção de feijão boer para exportação. Numa análise preliminar, estima-se que cerca de 300 toneladas de feijão "boer" foram exportadas para Índia em 1999, primeiro ano das transacções moçambicanas para aquele país asiático. (Notícias, 12/09/00)
 


Reparação do "Bloco-1" vai absorver 100 mil USD

A reparação do Bloco-1 do sistema de regadio da Moamba, na província de Maputo, paralisada em consequência das últimas cheias, irá absorver cerca de 100 milhões USD. Os fundos para a reparação já existem e foram assegurados pelo PNUD. O aludido regadio beneficia, para além dos agricultores comerciais, os do sector familiar.

No entanto, devido à dificuldade destes no pagamento das taxas instituídas para o funcionamento daquele sistema, as famílias deverão ser transferidas para o bloco-2 para permitir a ocupação por agricultores comerciais capazes de pagar as taxas. O sistema do Bloco-1 comporta três electrobombas com capacidade de abastecimento calculada em 150 litros por segundo cada uma. (Notícias, 11/09/00).
 


Agricultores comerciais têm crédito garantido

Um crédito bancário no valor de 17 milhões USD será colocado este mês à disposição dos agricultores comerciais e outros operadores do sector agrário afectados pelas cheias, segundo disse o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Hélder Muteia. O montante, concedido pelo Governo americano através da USAID, estará disponível nos bancos comerciais a uma taxa de juros bonificados para permitir que um número considerável de agricultores seja beneficiado, para relançar a sua actividade.

Muteia não adiantou a taxa de juro a ser praticada pelos bancos que vão gerir este fundo, mas afirmou que se trata de juros com níveis muito baixos e à altura de responder à descapitalização a que muito dos agricultores se viram sujeitos. Toda a operação está sendo feita no sentido de que o calendário agrícola 2000/2001, já em curso nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, onde a época das chuvas começa mais cedo, seja cumprido. (Notícias, 15/09/00)
 


Regadio de Chókwè: reconstrução conclui-se no próximo mês

A reconstrução do Regadio de Chókwè, destruído pelas últimas cheias no país, deverá estar concluída até ao próximo mês. Espera-se que nesta área, cerca de 10 mil hectares estejam disponíveis para a reactivação da actividade agrícola na campanha 2000/2001. O projecto de reabilitação é apoiado pela FAO e é estimado em mais de um milhão e cem mil USD. A reconstrução permitirá que a água, em vez de ser canalizada directamente para os campos de produção, passe a ser bombeada para as valas de rega.

Os produtores dentro do regadio do Chókwè são de diferentes níveis e capacidade económica com áreas de cultivo variáveis de 1 (um) a 100 hectares estando a produção organizada em parcelas de 14 a 16 hectares, ocupadas por um ou mais produtores. As cheias afectaram 3085 hectares, com excepção de uma área estimada em 315 hectares, com uma produção de 621 toneladas de arroz em casca. (Notícias, 16/09/00)
 


Governador de Sofala suspende exportação de madeira

O Governador de Sofala, Felício Pedro Zacarias, detectou anomalias e ordenou a suspensão, sem prazos, das exportações de madeira não processada, a partir do Porto da Beira, e criou uma comissão de inquérito para investigar e responsabilizar os que autorizaram esta prática. As irregularidades, consideradas graves por este governante, foram detectadas no decorrer duma visita recentemente efectuada ao complexo ferro-portuário da Beira, no prosseguimento do programa de visitas à capital de Sofala.

Felício P. Zacarias convocou de imediato o chefe de Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia e a directora provincial de Industria e Comércio a fim de prestarem declarações sobre o caso. A convocação destes dois responsáveis resulta do facto de o primeiro ser quem emite licenças de corte e exploração daquele recurso florestal e efectua o respectivo controlo, enquanto que a segunda é quem passa os alvarás autorizando as exportações. (Notícias, 13/09/00)

[voltar ao Conteúdo]


NoTMoC - © 2000 Iris Imaginações

voltar voltar à home page de NoTMoC voltar a Moçambique On-line voltar