Zimbabwe- Parlamento poderá votar contra Mugabe

O parlamento Zimbabweano aceitou criar uma comissão de inquérito para analisar a razões apresentadas pela bancada do MDC, principal partido da oposição, para pedir a destituição do Presidente Robert Mugabe, no poder há 20 anos. A destituição de Mugabe depende dos votos de dois terços dos deputados e o MDC detêm apenas 57 dos 150 lugares do Parlamento. No entanto, nos últimos tempos tem sido crescente a contestação do Presidente Mugabe dentro da ZANU-FP, pedindo o seu afastamento da frente do partido igualmente no poder desde a independência em 1980.

Recentemente o Presidente Zimbabweano denunciou que alguns deputados da ZANU-FP estavam a colaborar com o MDC para o destituírem do cargo. Mugabe ameaçou revogar a política de reconciliação nacional e levar a tribunal os brancos, incluindo o antigo primeiro-ministro Ian Smith, acusando-o de genocídio, cometido durante a luta armada pela independência nacional nos anos 70. Por seu turno o MDC acusa Mugabe de abuso de poder e da violação da constituição, pelo seu papel durante as violentas acções dos sem-terra antes das eleições legislativas de Junho último. (Notícias, 28/10/00)
 

Suazilândia - Rei expulsa centenas de pessoas para dar terras ao irmão

Na Suazilândia o rei Mswati III depôs dois chefes tribais e expulsou 200 pessoas das suas casas para dar as terras aos seu irmão. O facto originou um escândalo e gerou uma vaga de protestos no país, cerca de 200 pessoas desfilaram a partir da Universidade da Suazilândia até ao palácio do rei, exigindo um encontro com este para discutir as suas expulsões. O monarca recusou a encontrar-se com os manifestantes.

Os sindicatos protestaram contra as expulsões junto do gabinete do primeiro-ministro e foram distribuídas braçadeiras para a população expressar o seu apoio aos expulsos. O conflito iniciou quando o rei quis pôr fim a uma disputa jurídica entre o seu irmão, o príncipe Maguigua Dlamini, e os dois chefes tribais residentes nas terras em litígio, os quais os expulsou com base na legislação de 1998 que dá ao monarca a última palavra em questões relacionadas aos chefes tribais. (Notícias, 23/10/00)

Angola - UNITA perde mais um pilar

A UNITA perdeu o controlo de mais uma das suas principais bases de sustentação, o que significa mais um duro golpe na guerra que trava contra o Governo de Luanda. As Forças Armadas Angolanas lançaram, com sucesso, mais uma ofensiva de grande envergadura, através da qual conseguiram expulsar a UNITA das zonas de extracção de diamantes na região sudeste do país. Uma fonte militar disse que a UNITA já não controla nenhuma zona de exploração mineira, sobretudo as mais ricas, localizadas junto às fronteiras com a Zâmbia e a RDCongo. (Notícias, 25/10/00)
 

Guiné-Bissau - Fadul queixa Intchamá à Procuradoria

O ex-primeiro ministro da Guiné-Bissau, Francisco Fadul, apresentou uma queixa na Procuradoria Geral da República guineense uma queixa crime contra o chefe do Governo da Caetano Intchamá. Fadul pede a instauração de um processo-crime contra o seu sucessor, a quem acusa de peculato, corrupção passiva, ameaças, denúncia caluniosa, difamação e falsificação qualificada. O queixoso, que espera que o processo se resolva o mais rápido possível, disse que a Guiné não pode ficar pior do que já está. (Notícias, 26/10/00)
 

RDCongo - Kinshasa não quer Masire na mediação diálogo

O Governo da RDCongo reafirmou, energicamente, a recusa de o antigo Presidente do Botswana, Quet Masire, ser o mediador nas negociações políticas inter-congolesas, alegando falta de credibilidade e autoridade moral daquele ex-dirigente.

O diálogo inter-congolês, previsto nos acordos de paz de Lusaka, assinados no ano passado, está confiado a um "mediador " e deve reunir representantes do regime de Kinshasa, facções rebeldes e oposição não-armada, para definir uma "nova ordem política" na RDCongo. Refira-se que em finais de 1999, Masire foi designado mediador por acordo comum entre as diferentes partes congolesas. (Notícias, 23/10/00)

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