Moçambique on-line

Notícias do dia 11 de Janeiro 2002

Manifestações de Montepuez de 9 de Novembro 2000:
Manifestantes condenados a penas até 8 anos

O Tribunal Judicial Provincial de Cabo Delgado condenou no passado dia 7 de Janeiro 14 pessoas a penas que variam de três meses a oito anos de prisão e absolveu outros 14. O tribunal julgou provado o envolvimento dos réus nas manifestações na sede do distrito de Montepuez em 9 de Novembro de 2000, na qual morreram 21 civis e 7 polícias. Os condenados são considerados culpados de terem atacado agentes da polícia, com armas brancas e pedras, de terem morto seis agentes e ferido outros tantos, um dos quais foi castrado. Teriam ocupado o comando da polícia, donde retiraram armas, que distribuíram entre eles com o objectivo de "ocupar a vila". Todas as acções foram arregimentados nos crimes de desobediência qualificada, ocupação ilegal de edifícios públicos, danos para impedir o exercício da autoridade, posse ilegal de armas e "rebelião armado".

A pena mais pesada coube a Basílio Eduardo, José António e Cassimo António, que foram condenados à oito anos de prisão maior, máxima de impostos de justiça, 100 mil meticais de emolumentos a favor da sua defesa, para além de terem que pagar uma indemnização aos ofendidos, pelos danos morais e materiais causados, em valores monetários ainda por fixar. Um réu foi condenado a quatro anos de prisão maior, um a três anos e dois a dois anos. Sete réus foram condenados a três meses de prisão cada um.

Recorde-se que no primeiro semestre do ano passado foi julgado um primeiro grupo de 11 réus, cinco dos quais foram condenados a vinte anos de prisão maior. Este julgamento foi considerado parcial pela Amnistia Internacional, que referiu que a acusação não apresentou provas convincentes de que os réus teriam usado força e disse que os prisioneiros afirmaram terem sido torturados durante a detenção prévia e terem sido coagidos a confissões. Todos os condenados são membros e simpatizantes da Renamo e a detenção de muitos deles foi ilegal. Alguns foram detidos por funcionários do partido Frelimo, que não têm essa competência. (Notícias 08/01/02, MOL)

Leia mais sobre o julgamento dos manifestantes de Montepuez:
16 de Novembro 2001: Montepuez: mais 23 vão a julgamento
"Julgamento de Montepuez não foi imparcial," diz Amnistia Internacional
6 de Julho: "Cabecilhas" das manifestações condenados a 20 anos de prisão

 

Cresce número de casos de malária
HCM abre mais duas enfermarias para atender casos

O número de casos de malária continua a crescer vertiginosamente e os hospitais já não têm onde acomodar os doentes. O Hospital Central de Maputo (HCM) recebe cerca de 150 casos por dia, na sua maioria crianças, e viu-se obrigado a abrir mais duas enfermarias com capacidade para 50 doentes cada. Segundo o director clínico daquele hospital, Iacub Omar, o HCM aproveitou alguns espaços que estavam a ser subaproveitados. No maior hospital do país, uma cama está para dois doentes e mesmo assim alguns pacientes estão deitados no chão.

Segundo a Directora de Saúde da Cidade de Maputo, Olívia Ferreira, durante o ano passado a cidade de Maputo notificou oficialmente 282 571 casos de malária, tendo provocado a morte de 1 226 pessoas. A taxa de mortalidade, de 0,4%, é mais baixa que a taxa a nível nacional, que é de 0,7%. Actualmente, as unidades sanitárias da capital registam cerca de 780 doentes por dia, número muito superior ao dos anos passados. (RM 09, AIM 10/01/02)

Leia este artigo de Janeiro do ano passado:
Três milhões de moçambicanos sofrem de malária

 

Dinis André Moiane:
Morreu mais um veterano da luta de libertação

Morreu na passada segunda-feira, vítima de doença não especificada, o coronel na reserva Dinis André Moiane, um dos veteranos da luta de libertação contra o colonialismo português. Dinis Moiane nasceu a 9 de Janeiro de 1937, na cidade de Lourença Marques (hoje Maputo), integrou-se na Frente de Libertação de Moçambique em 1963 e fez parte do terceiro contingente de combatentes formados na Argélia em 1963, tendo-se especializado em comunicações. Em 1964 foi instrutor militar no Centro de Instrução de Kongwa, na Tanzânia; mais tarde chegou a comandante desta instituição.

Moiane combateu na província de Cabo Delgado e destacou-se na resistência contra a ofensiva "Nó Górdio", lançada pelo exército colonial para acabar, de vez, com o movimento de libertação. Nos anos setenta ele especializou-se em guerrilha urbana na então União Soviética. Depois da Independência ocupou, entre outros cargos, o de chefe dos Centros de Preparação Político-mitar de Boane, Manhiça e Montepuez. Entre 1988 e 1990, já na reserva, Moiane foi secretário-geral adjunto da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional. O malogrado deixa viúva e quatro filhos. (Notícias 09/01/02)
 

Lichinga sem comboios

O descarrilamento de um comboio de passageiros e mercadorias, ocorrido no passado dia 3 de Janeiro, fez parar todo o tráfego ferroviário entre Lichinga e Cuamba, privando a capital da província de Niassa da sua principal linha de abastecimento. Na origem do descarrilamento estão as fortes chuvas que têm caído recentemente na região e que terão destruído parcialmente a linha. O acidente causou ferimentos ligeiros em três membros da tripulação que, no entanto, já estão fora de perigo. O troço Cuamba-Lichinga, de cerca de 300 km, faz parte do "Corredor de Nacala". (Notícias 05 e 07/01/02)
 

Notícias de sexta-feira passada (4 de Janeiro 2002):

ABSA toma conta do Banco Austral no último dia do ano
Chumbadas propostas de novos operadores de telefonia móvel
Peste suína dizima 5000 porcos em Nampula
Euro = 20 contos


Informação sobre Moçambique - © Moçambique On-line - 2000/2001/2002

Clique aqui voltar para voltar à página inicial